Olá companheiros(as) acompanhando o blog do Euler Conrado esta semana , estarei postando sempre suas considerações aqui tambem neste blog Sind Ute Floresta, peço então ao Euler permissão para isso . Pois suas reflexões são importantes para o movimento sindical. Quem Quiser acompnhar seu blog é
http://blogdoeulerconrado.blogspot.com
Caros colegas,
Quero dialogar com vocês algumas coisas que tenho conversado e observado com muitas pessoas do nosso movimento.
A primeira e mais importante: a unidade do nosso movimento é fundamental. Nada deve permitir que nós estejamos divididos, ainda que tenhamos opiniões diferentes sobre os encaminhamentos da luta, pois isso faz parte da nossa luta.
Outra coisa: este movimento, pela sua força, pela sua ousadia, e considerando o cerco neoliberal autoritário deste governo - que domina a mídia, a justiça e vários outros instrumentos de terror e pressão - já pode ser considerado um movimento vitorioso. Nós, que construimos esse movimento, todos nós, somos vitoriosos e devemos ter orgulho da nossa luta!
Isso porque demonstramos a nossa capacidade de organização, mobilização e luta. Depois de muitos anos desarticulados, muita gente - eu inclusive - julgava que a nossa categoria havia perdido a capacidade de reagir, que estava morta. Ledo engano. Os educadores de Minas buscaram energia no mais profundo de sua alma e construiram a esperança de uma conquista que os governos e as leis não foram capazes de proporcionar. Ninguém pode roubar isso de nós!
Estamos abrindo o caminho para conseguir a valorização enquanto profissionais da Educação e o respeito enquanto cidadãos e seres humanos, com todos os direitos que foram conquistados nos últimos séculos por pessoas lutadoras como nós.
Este governo - e qualquer outro - não vai nos derrotar!
Na nossa luta, camaradas, às vezes precisamos rever as nossas estratégias para atingir os objetivos principais. Isso faz parte de uma guerra, de todas elas. Não se vence um inimigo poderoso como este governo - que compra a mídia, corrompe a justiça, tem apoio de grandes grupos econômicos, etc - sem usar de métodos e estratégias de luta adequadas para cada momento. Sem essa visão, podemos nos prender a uma forma única de luta e com isso deixar escapar o conteúdo da nossa luta, por não termos conseguido compreender bem a nossa realidade.
Por isso, neste final de semana e na segunda-feirta, gostaria que todos os leitores deste blog refletissem sobre tudo o que fizemos e sobre quais as novas estratégias podemos usar para fazer avançar a nossa luta frente às realidades criadas pelo governo.
O nosso cenário tem alguns elementos que devem ser considerados:
a) o nosso movimento é forte, tem grande adesão - não total, infelizmente -, já dura 36 dias, realizou feitos heróicos que merecem ocupar as melhores páginas da história de lutas libertárias de Minas e do Brasil;
b) nós fomos capazes de continuar a greve quando a justiça decretou a sua ilegalidade, conseguimos arrancar espaços na mídia amordaçada, conseguimos uma liminar impedindo as demissões (isso antes que outro desembargador considerasse nossa greve ilegal) e forçamos duas reuniões de negociação com um governo que tem como princípio não negociar nada com grevistas e com movimentos sociais;
c) mas, sofremos uma segunda derrota na justiça que não pode ser desprezada: três infelizes desembargadores negaram o recurso do departamento jurídico do sindicato que defendia o cancelamento da sentença que considerava nossa greve ilegal. Nesse país surrealista e dominado por uma estrutura jurídico-política sempre contrária aos trabalhadores, prevaleceu a vontade do senhor de engenho atualizado, no caso, o governante de plantão em Minas;
d) este fato abriu caminho para o governo preparar demissões de designados, podendo até mesmo, do ponto de vista jurídico, abrir processo administrativo contra servidores efetivos. A direção do Sind-UTE conseguiu barrar este processo na reunião que teve com o governo recentemente. Mas, este acordo não é permanente e muito provavelmente será suspenso pelo governo caso a greve continue - pois, ele está condicionado ao retorno ao trabalho. Não quer dizer que o governo vá demitir em massa ou de forma selecionada imediatamente, mas pode lançar mão deste mecanismo;
e) contra essa possibilidade, já que a greve foi considerada ilegal, devemos estabelecer as nossas estratégias de defesa. Esse é um ponto que eu gostaria que todos pensassem a respeito. Devemos analisar a disposição de luta de todos, conversar com os colegas e encontrar soluções coletivas e não isoladas, pois a dispersão isolada representaria uma grande perda para este movimento tão maravilhoso;
f) a outra questão é relacionada ao salário. O governo tem acenado que não vai fazer um reajuste geral dos salários e nem pode pagar o valor do piso de R$ 1.312,00, que é o que nós reivindicamos. Mas, tem declarado que está disposto a incorporar determinadas gratificações ao piso através de uma comissão entre o sindicato e o governo. A denominação que se dê a um aumento de salário é o menos importante, desde que ocorra um aumento significativo no piso e no valor final do nosso salário. E com data prevista para que isso ocorra;
g) analisando todos estes elementos é possível construir uma estratégia de fortalecimento do nosso movimento que garanta a curto e a médio prazos um salário mais justo, além das conquistas já obtidas, como o não corte do ponto (mesmo que seja pago de uma só vez em folha separada), a garantia de não demissão de nenhum educador que participou da greve, concurso público, eleição de direção escolar, entre outros.
Sabemos que a questão salarial, juntamente com a manutenção do emprego são duas coisas sagradas para os trabalhadores que vendem a sua força de trabalho para sobreviver. A nossa estratégia deve estar voltada para assegurar essas duas coisas como eixo da nossa luta. A nossa greve, através das nossas estratégias de luta, deve assegurar esses direitos e ampliar as nossas conquistas.
Vamos todos refletir sobre essas questões. Ao pessoal de Vespasiano e São José da Lapa: reunião extraordinária com novos informes e análises na segunda-feira, às 17h, na subsede do sind-UTE (rua Bahia, 77, Célvia, Vespasiano, MG, 3621-0456).
E a todos os companheiros da luta: é muito importante refletir individualmente e em grupo com todos os colegas e não deixar de comparecer à assembléia estadual que será realizada na terça-feira, 18 de maio, no pátio da ALMG em BH.
Nos encontramos lá e aqui no blog. Um abraço e força na luta até a nossa vitória!!!
sábado, 15 de maio de 2010
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